quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

SAUDADES INFINITAS

Dum cereeiro a cantar,
Agora me recordei,
Ainda agora aqui cheguei,
E “vi” meu pai a chorar.
Chorar pelo que nunca chorou,
Cantar pelo que nunca cantou,
Penar pelo que nunca penou,
E lembrar o que nunca lembrou.
Nos cantos da vinha,
Na estrada que leva,
Nas ruas da aldeia,
De longe ele observa:
Vê o que em tempos tinha,
Uma quarta e mais uma meia,
Na casa branca onde mora,
Vive feliz sem dinheiro,
O tal dito cereeiro,
Digo-vos aqui e agora,
Era meu pai, Joaquim Cordeiro.

HAC