sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Resposta ao Saramago

Vale a pena ler e reflectir um pouco sobre a transcrição seguinte, reveladora de um homem que viveu á margem dos seus contemporaneos e que deixou para a posteridade muitas coisas notáveis que nos fazem pensar.

Alemanha no inicio do século XX

Durante uma conferência para universitários um professor da universidade de Berlim, lançou um desafio aos alunos com a seguinte pergunta:
“Criou Deus tudo o que existe? Um aluno respondeu convictamente: Sim !
Deus criou realmente tudo o que existe? Sim senhor, respondeu o jovem.
O professor contrapôs: Se Deus criou tudo o que existe, Deus criou o mal, já que o mal existe! E se considerarmos que as nossas obras são o reflexo de nos próprios, Deus é mau!!”
O jovem calou-se perante o argumento do mestre que, feliz regozijava-se por ter provado, uma vez mais, que a fé era um mito.
Outro estudante levanta a mão e diz:
Posso fazer uma pergunta professor?
Claro que sim. Diz o professor.
Professor o frio existe? Lógico que existe! Ou acaso nunca sentiste frio? Responde o professor.
Respondeu o aluno: na realidade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da física, o que consideram frio, na verdade é a ausência de calor. Todos os corpos ou objectos são passíveis de estudo quando possuem ou transmitem energia; o calor é o que faz que os corpos tenham ou transmitam energia.
O zero absoluto é a ausência de calor total; todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagirem, mas o frio não existe. Nós criamos esta definição para descrever de que maneira nos sentimos quando não temos calor.
E a escuridão existe? Continuou o estudante. Claro que existe. Diz o professor! A escuridão tão pouco existe! responde o aluno. A escuridão na realidade é a ausência de luz, podemo-la estudar. A escuridão não!! Através do prisma de Nichols, podem decompor-se a luz branca nas várias cores, com os seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Como se pode saber quanto escuro está um determinado espaço? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço! Por isso, a escuridão é uma definição utilizada pelo homem, para descrever o que ocorre na ausência de luz!
Finalmente o jovem estudante perguntou: O mal existe? O professor respondeu: como afirmei no inicio, vemos crimes e violência em todo o mundo, isto é o mal. o aluno respondeu: o mal não existe, professor. O mal é simplesmente a ausência do Bem!
Em conformidade com os casos anteriores o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus.
Deus não criou o mal!
O mal é o resultado da ausência de Deus no coração dos seres humanos.
Tal e qual como acontece com o frio quando não há calor, ou com a escuridão quando não há luz!
O jovem foi aplaudido em pé, abanando a cabeça, permaneceu em silêncio.
O reitor da universidade dirigindo-se ao jovem estudante perguntou-lhe:
Como te chamas?
CHAMO-ME ALBERT EINSTEIN

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Buscas, encontros e desencontros.

Por carreirões estreitos e quase invisíveis,
andei eu com nuncacos nos pés,
pelas matas de Angola impossíveis,
à "coca" de amores em Algés.

Algés que é minha terra.
Tal como o é Capelongo.
Em mil lugares enfrentei uma "fera",
e muitas próximas do Congo.

Saltando de "ramo" em "ramo",
procurei muito mas não achei,
do lado de cá do Oceano encontrei,
mas cada qual já com seu amo.

Amadurecidas pelo implacável tempo.
Continuam belas como outrora.
Experientes e fortes como o vento.
Uma ou outra hoje ainda namora.

É assim a vida ... o destino,
de todos e de cada um.
É assim o sabor do mel fino,
E do amargo do grosso fel
vivendo em fartura e em jejum...
efémero como o arder de um papel.
HAC

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

VG

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O verdadeiro nome às coisas

Comemorações do 10 de Junho
António Barreto exorta o poder a dar “o exemplo”
10.06.2009 - 14h45 Maria Lopes
O sociólogo António Barreto exortou hoje os diversos poderes, do político ao empresarial, a serem exemplos para o resto da sociedade portuguesa.No discurso na sessão solene do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Europeias, o presidente da comissão organizadora das comemorações fez várias críticas a algumas opções de Estado — como a guerra colonial —, ao funcionamento das instituições e ao facto de a sociedade portuguesa ainda não ter sabido aplicar parte dos ideais com que fez a democracia.Pegando no exemplo da “elevadíssima” abstenção das eleições de domingo, Barreto apontou que a cidadania europeia é ainda “uma noção vaga e incerta”, inventada por políticos e juristas, mas que pouco diz ao cidadão comum. “A sociedade e o estado são ainda excessivamente centralizados. As desigualdades sociais persistem para além do aceitável. A injustiça é perene. A falta de justiça também. O favor ainda vence vezes demais o mérito. O endividamento de todos […] é excessivo e hipoteca a próxima geração”, afirmou António Barreto. Perante o Presidente da República, o primeiro-ministro, membros do Governo e altas patentes militares, António Barreto — que substituiu o falecido João Bénard da Costa na comissão das comemorações — elogiou, por outro lado, a consolidação do regime democrático — ainda que “recheado de defeitos” —, a evolução da situação das mulheres, a pluralidade da sociedade portuguesa e a filosofia do Estado de protecção social. O sociólogo defendeu que os portugueses precisam do "exemplo" dos seus heróis — como o que hoje se comemora, Luís de Camões — "mas também dos seus dirigentes". “Porque o exemplo tem efeitos mais duráveis do que qualquer ensino voluntarista”, justificou. E apelou ao exemplo pela justiça e pela tolerância, pela “honestidade e contra a corrupção”, pela eficácia, pontualidade, atendimento público e civilidade de costumes, contra a decadência moral e cívica, pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo.

segunda-feira, 4 de maio de 2009




A Crise
Tradicionalmente as crises afectam em primeiro lugar as populações mais pobres cujo rendimento mensal não atinge valores mínimos que permitam sobreviver com o mínimo de dignidade.
Na verdade, o que se está a verificar no nosso país, é um fenómeno típico desta era , em que, a propaganda desgovernada sobre os emprestimos bancários faceis, credito de bens de consumo pagos sem se sentir e consumismo de toda a ordem , sem quaisquer tipo de fiscalização, por parte do estado, ao qual compete estar atenta a todos os sinais que possam por em causa a estabilidade como Nação, afecta agora as classes médias e outrora relativamente remediadas (os pobres esses continuam a ser pobres, agora mais pobres porque os remediados não os podem ajudar), por força desta sociedade de consumo em que nos mergulharam sucessivas politicas neo liberais que levaram ao enriquecimento de alguns, à duplicação de fortunas de outros e a pobreza da grande maioria. Onde, os altos dirigentes de empresas e gestores públicos e privados têm reinado a seu bel prazer a troco de elevados salários, os quais servem apenas para engordar as suas contas particulares e o usufruto de rendimentos alheios, á sombra de fictícios lucros propalados aos sete ventos, que não passavam de autênticos logros.
Estas mentiras descaradas e desreguladas, deveriam ser severamente punidas por forma a poderem servir de exemplo a futuros pseudo bons gestores que abundam por aí.
Certos comentadores, doutos (?) sobre a matéria, constroem juízos de valor sobre este tema tendo como única plataforma de conhecimentos a observação teórica dos factos construídos por outros doutos (?) ditos especialistas sobre as questões politicas e económicas. Envergonham-me cada vez que os vejo e ouço.
Os paliativos que têm sido introduzidos na sociedade, por forma a minimizar os efeitos nefastos da famigerada crise, não passam disso mesmo. Dá-se uma côdea de pão para dois dias, esquecendo que o ser humano necessita para a sua subsistência côdeas de pão todos os dias da sua vida. É inaceitável que não se busquem os lugares recônditos onde o dinheiro se encontra e se punam os responsáveis pelos roubos causados ao povo (muito pouco se fala disto). A falta de tomadas de posição duras e eficazes só se explica com a existência de hedionda promiscuidade entre os vários poderes da sociedade. Sabemos que a gamela onde comem é enorme e que hoje comem uns, amanhã comem outros (quando não comem simultaneamente). Porém deseja-se que emerjam das cinzas dos nossos antepassados homens e mulheres dignos, que tomem o poder e invertam este estado de coisas e coloquem essas coisas no devido lugar. Para cadeia quem tiver que ir.
Embora os efeitos da crise tenha afundado várias famílias de pobres e remediados, em Trás-os-Montes, esses efeitos não têm causado até ao momento, grande mossa. A este facto, não é certamente alheio o espírito e a capacidade de resistência do transmontano, que sabe guardar da “risa prá chora” fruto de gerações e gerações de doutos (estes verdadeiros) conselhos dos seus antepassados.
O Povo Transmontano, no seio das fragas onde nasceu, no austero tempo de Inverno e do calor do inferno onde vive, esquecido dos que governam do aconchegado litoral, só precisa de 200 metros quadrados de terra, uma enxada e um poço com água. Com isto sobrevive às crises que possam emergir sejam de que espécies forem.
A fome raramente nos atinge. A solidariedade mora verdadeiramente aqui.
HAC

terça-feira, 14 de abril de 2009

ESTADO DA JUSTIÇA EM PORTUGAL




Estado da justiça
Muito se tem escrito, falado e noticiado sobre o estado da justiça em Portugal. A importância do tema questiona-nos todos os dias dada a sua transversalidade.
Com efeito, todos nós de uma maneira ou de outra, estamos ou podemos vir a estar com um problema judicial, em que, com justiça ou com injustiça podemos ser julgados e condenados.
É triste, absolutamente tenebroso e preocupante o estado a que o poder judicial chegou. Só os pobres são de facto condenados por falta de recursos financeiros para contratar competentes defensores. Isto é um lugar-comum. Porém, nunca será demais lembrar este facto, porque dele resultam enormes injustiças provocando verdadeiros desastres familiares com carácter de irreversibilidade.
As pessoas atentas a este fenómeno, referem com enorme precisão, que este problema não é de agora, arrastando-se desde o tempo da monarquia em Portugal. Diversos escritos são encontrados onde os escribas da altura, sobretudo a partir dos nomeados do século XV, os episódios de injustiça e corrupção são narrados amiudadas vezes.
O poder politico, religioso e económico sempre souberam mexer os pauzinhos no ceio do poder judicial do modo a serem ilibados de quaisquer culpas fosse no que fosse e com quem fosse. Mesmo as querela entre estes poderosos, eram muitas vezes esgrimidas fora dos tribunais, onde o culpado era não raras vezes obrigado a compensar monetariamente a vitima desde que assumisse ter sido culpado.
Quando a justiça actuava efectivamente e o infractor das classes mais altas, era punido, frequentemente baixava de nível, deixando de pertencer às elites reinantes e não raras vezes caiam em decadência e transformavam-se em verdadeiros pilha galinhas. Os pilha galinhas, eram os pobres de então. Severamente punidos quando cometiam um pequeno delito. Os castigos eram geralmente físicos e executados na praça pública através de inúmeras chicotadas no meio do povo para o povo ver e aprender. A humilhação a que eram submetidos era de tal ordem severa que parte deles ficavam inutilizados para o trabalho e outros chegavam até a morrer. Tudo isto por pequenos delitos, como por exemplo furtar uma galinha ao seu vizinho ou senhor. Dai a expressão “pilha galinhas”.
Paralelamente, as famílias dos nobres, os ricos e poderosos, viviam e ainda vivem faustosa e perpetuamente à custa e a coberto da administração publica, gerida por eles. Políticos, magistrados, advogados, a nobreza detentora de grande parte de património imobiliário na época e os grandes senhores do capital, os financeiros. Era uma verdadeira gamela que fartava toda esta vilanagem. Dai a expressão “fartar Vilanagem” que as classes intelectuais e escribas constestarias os alcunharam Alguns pagaram com a própria vida por emitir opiniões contrarias ao "status quo" instalado e à corrupção descaradamente compensadora. Esses verdadeiros Vilões e Senhores, viviam disto e para isto.
Foi assim na monarquia na 1ª, e 2ª repúblicas e é assim nos nossos dias mesmo com um regime que se diz democrata, quando a actual democracia só serve e farta a vilanagem actual que já nem sequer há vergonha de esconder.
Rainhas, reis, princesas juízes, perfeitos, políticos empresários condes e viscondes que sempre viveram, ainda hoje gozam desse estatuto e os pilha galinhas de hoje, continuam a ser punidos por dois mil reis.
Qual a diferença do “ontem”do “hoje”? Haja alguém que me desminta.
HAC

segunda-feira, 6 de abril de 2009

ESTADO DE ESPIRITO



Todos aqueles que vivem ou viveram a realidade agrícola desde pequeninos até à idade adulta, deparam e depararam com espectáculos deslumbrantes e desoladores com maior ou menor frequência do meio rural, hoje, estou certo, rói-lhe a alma ao ver os efeitos do fogo do frio das geadas.
Vem isto a propósito do estado de algumas culturas, após As geadas ocorridas nestas duas últimas semanas. A contrastar com o renascer e desabrochar dos gomos florais e das tenras folhas das árvores, das mais várias espécies vegetais, regista-se o espectáculo triste e desolador espelhado nos rostos de quem com maior dedicação e denodo, laboriosamente desbrava e rompe o solo ano após ano, década após década, para cuidar da sua agricultura. As geadas, essas miseráveis geadas, que só servem para desinfectar os solos de alguma bicharada menos resistente, teima sucessivamente em fazer das suas quase todos os anos. Os rostos tristes, mesmo daqueles que pouco ou nada têm directamente a perder, seus olhares de espanto e desanimo, transmitem-nos um estado de espírito profundamente angustiante, quanto mais àqueles a quem mais directamente diz respeito.
É preciso ter-se muito “estômago”, para se ficar indiferente, ao queimar das folhas, das flores, dos frutos e até das árvores que desenham o horizonte natural do espaço que ninguém diz querer urbano, cujas paisagens amimam os nossos olhos, afinam os nossos sentidos e dão prazer ao nosso ser.
Ao percorrer este espaço do interior transmontano soalheiro e agradável durante o dia, nada faz prever que mesmo ali ao lado mora a tristeza e a morte. A morte dos frutos que iriam fornecer o alimento das famílias, colmatar as despesas e compensar o esforço dispendido ao longo de vários meses e de madrugadas de sono perdido.
Fazer nada, é quase tudo o que todos fazem, para compensar minimamente os estragos materiais e psicológicos causados a tão nobre e dura gente, a qual, vem resistindo estoicamente a tão miserável destino. O POVO DO INTERIOR PROFUNDO.


Quão triste te vejo ó mundo!
Neste cantinho de todos.
Que amamos mesmo do fundo!
Envoltos em muitos lodos.

Lodos de cor cinzenta!
Mas que já ninguém se espanta!
Lodo que se alimenta.
À custa da gente santa!

HAC

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

REGIONALIZAÇÃO SIM! MAS DESCENTRALIZAR A REGIONALIZAÇÃO TAMBEM
















REGIONALIZAÇÃO SIM! MAS DESCENTRALIZAÇÃO DA REGIONALIZAÇÃO TAMBÉM.

Começam a surgir os primeiros “acordes" sobre o tema Regionalização.
Muito se há-de escrever, uns contra e outros tantos a favor. Até aqui nada nos surpreenderá. Creio.
O problema é que, tanto uns como outros, poderão ter razão, tão fortes deverão ser os seus argumentos. Todavia, para quem vive no epicentro da interioridade, que o sente no mais profundo dos seus ossos, raras vezes concorda com tão doutos articulistas.
Quem vive no terreno sabe os custos de uma politica centralista emanada do Terreiro do Paço, e quanto poderá vir a custar uma regionalização sem descentralização . Nós sabemos que, os actores principais que irão decidir sobre as politicas a aplicar nas respectivas regiões, utilizarão a dimensão do território para atrair maior percentagem de fundos. Porém, na hora dos distribuir, o argumento utilizado é a densidade populacional. Ora, o interior profundo, por culpa do poder central, emanado dos sucessivos governos, está despovoado, logo, permanece em estagnação e privado de direitos que o poder discricionário sempre acaba por impor .
Nós, do interior e no interior, sabemos quanto custa e sofre o povo por não ter as infra estruturas essenciais para viver condignamente. Melhores hospitais, melhores escolas melhores estruturas à terceira idade e de apoio às crianças e melhores acessibilidades entre outros investimentos, são bens centrais que não podemos deixar de reivindicar e exigir aos futuros decisores.
Que interessa ao transmontano, ao beirão e ao alentejano do interior a regionalização, se esta não for acompanhada de uma verdadeira partilha do poder de decisão por forma a permitir com equidade a distribuição dos recursos financeiros necessários para um desenvolvimento harmonioso?
A politica seguida pelo poder central, é bem o espelho do que poderá vir a ser o poder regionalizado e centralizado. Temos que ter os olhos bem abertos.
Por isso, o principal combate politico a seguir pelas regiões mais desfavorecidas e despovoadas, é apoiar a regionalização sim, mas salvaguardando todas as garantias que permitam uma efectiva aplicação dos fundos e apoios nacionais e comunitários em investimentos estruturantes que possam apoiar e incentivar novos investimentos, visando o bem estar das populações. Só faz sentido apoiar e defender a regionalização se tiverem como pano de fundo estes pressupostos.
Finalmente, espera-se que a regionalização venha a ser uma realidade e que a sua regulamentação salvaguarde os superiores interesses das populações rurais e do interior, verdadeiro sustentáculo das belas paisagens que encantam os milhões de turistas que visitam este nosso Portugal.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Vale de Maior. Dnª. Delmina Ribeirinha


Terezinha eis pois a Dna Delmina com 90 anos de idade e prima direita de sua avó Filomena, hoje mesmo estive em conversa com ela, onde me recordou alguns acontecimentos que deram origem ao seu regresso para o Brasil. Esta senhora, tem uma memória incrivel. Quando lhe dei os primeiros tópicos, ela recordou-se imediatamente do nome da sua avó FILOMENA. Aprecie algumas fotos de vale de maior que hoje mesmo fotografei, basta abrir a galeria das fotos do meu messenger. Saude e sempre bem, como você diz.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Como se cria a seda de forma tradicional


A seda, um dos mais caros e nobres tecidos, desejados sobretudo pelas mulheres, sofre um longo e complexo processo de transformação, tornando-o num dos produtos mais luxuosos que o homem exibe.


Pare se perceber tal transformação, eis pois como tudo se passa:


Os bichos da seda criam-se nas amoreiras, sobretudo de folha larga. Estes bichinhos , depois de sofreram varias e complicadas metamorfoses, apanham-se na fase de casulo. depois de extrair os casulos, colocam-se numa caldeira, de preferência de cobre, com água a cerca de 90 graus, amolecedo-os. Depois, com uma vassoura de carqueja, apanhamos o fio sedoso, que passa depois para um carreto e daí vai para um sarilho onde se fazem as meadas. De seguida, essas meadas vão para a dobadoura onde se separam os fios um por um e voltam-se a juntar conforme o tipo de trabalho que se pretende fazer. Daí seguem para o covilho. Esse fio, ainda passa por um fuso, vai a cozer e volta-se a fazer uma meada, seguindo por fim para o tear. Como vêm, não se admirem que uma peça de seda seja tão cara. Todavia, o prazer da exibir e a leveza do seu ser, é de facto algo que nos aconchega o corpo e nos aquece a alma.
Legenda:
Carqueja - Planta silvestre usada como acendalha; Sarilho- Espécie de dobadoura; Dobadoura - aparelho para dobar;
covilho - malga de barro grosseiro com asas laterais; fuso - instrumento roliço com que se fia